quarta-feira, 18 de abril de 2012

Aderi à moda

Deixei-me levar pela "moda" dos blogs, finalmente. Já há muito que alimentava a ideia de escrever sobre coisas de que gosto e que acho serem do agrado de qualquer mulher que goste de o ser e eis que daí nasceu esta página.
Agora é ver no que vai dar.
O nome do blog foi totalmente escolhido ao acaso...já estava cansada de pensar e de repente surgiu algo a que achei piada. Não quero definir as mulheres nem explicá-las a ninguém porque no fundo já foi tudo dito e mesmo assim preferem dizer que somos um dos grandes mistérios do universo.
Assim seja, gozemos do nosso estatuto...
E porque um dos nossos mistérios é falarmos muito e de tudo um pouco, é isso que por aqui se vai tentar fazer. De sapatos a viagens, de malas a receitas, de livros a maquiagem, mulher que é mulher, tem sempre que dizer. Eu espero fazê-lo sempre pelos melhores motivos, mas se tiver alguma necessidade de ser ligeiramente "corta na casaca", ora bem....sou mulher.

Bem-vindas!

quinta-feira, 12 de abril de 2012


Hoje em dia a preocupação maior das mulheres é acompanhar o ritmo acelerado das tendências da moda. As meninas de doze anos já se vestem como adultas e têm cada vez mais pressa de mostrar as pseudo-curvas que já acham que têm e muitas mulheres com idade para ter juízo vestem-se como se fossem meninas de quinze ou de vinte.

Nos dias de hoje somos constantemente bombardeados com publicidade cada vez mais dirigida às camadas mais jovens, as mais fáceis de impressionar, e depois gera-se o problema de que hoje me apeteceu falar: estar na moda.

A publicidade agressiva que vemos em cada página de revista, em todos os canais de televisão e em qualquer página da internet não tem, como é evidente, a preocupação de explicar o que significa isso de estar na moda. O acto de publicitar surgiu unicamente com o intuito de deslumbrar e conquistar através da imagem. Quando toca à moda, já por si do interesse do universo feminino, as coisas tomam proporções muito maiores. As modelos que vemos nos outdoors ou nos editoriais das revistas de moda não são escolhidas ao acaso e quem vê essa publicidade não está, na realidade, a ver apenas o artigo que estão a tentar vender-nos – inevitavelmente, e mesmo que tenhamos consciência das coisas, confundimo-nos com a modelo da imagem e criamos a ilusão de ficarmos iguais a ela se usarmos aquela roupa, calçarmos aqueles sapatos e usarmos aquelas pulseiras. Claro que depois a realidade é bem mais cruel e se por sorte houver “o tal” vestido num tamanho que nos sirva, a imagem que o espelho nos dá não é nem por sombra igual àquela que vimos na revista. A nossa pele não é tão imaculada, as nossas pernas não ficaram mais altas e, triste surpresa, o nosso cabelo também não ficou loiro nem com aquelas ondas maravilhosas. Ohhh!

Sabendo que a publicidade não vai ter fim e que vai arranjar sempre forma de nos conquistar, há que tentar ser imune a essa insistência e ter sempre presente que não se pode levar tão a peito tudo o que se ouve ou se vê. Quando a tendência são as rendas, como este ano, por exemplo, é normal que sejam rendas o que mais se vê por aí à venda mas isso não significa que um vestido de renda se use com umas meias de renda e umas sabrinas de renda. Há que equilibrar as coisas.

O que se vê nos desfiles das grandes marcas francesas, italianas ou americanas não é para ser copiado. Os desfiles são criados a pensar no dramatismo, são pensados para criar impacto e para deixar bem claras as tendências da época e por isso é natural que se vejam exagerados alguns looks. No dia-a-dia as coisas devem ter outros contornos, mais discretos, mais equilibrados.

Ainda hoje me assusto ao ver a paixão ardente de certas pessoas pelo famoso padrão “tigresse”. Curioso que a grande maioria chama tigre ao leopardo, mas deixemos isso para outros voos. Ora bem…eu também gosto das minhas écharpesde manchas pretas e de algumas sabrinas que por aí se vendem mas este é um padrão que deve ser usado como apontamento. Quer isto dizer que por estar na moda não se deve vestir uma camisa, umas calças e um casaco e adornar tudo isto com um lenço, uns sapatos e uma mala.

Às custas desta urgência de seguir a moda, para muita gente vale tudo. Às vezes penso que o carnaval já não é uma só vez no ano e outras vezes confundo o shopping com o jardim zoológico. Zebras, tigresas, leopardas, cobras….há para todos os gostos.

As “leggings” estão na moda? Os calçõezinhos de ganga também? Ui, e as listas e o leopardo também? E cores fortes? Uau!!! Então vou ser o último grito, vou vestir as minhas leggings leopardo, o meu belo calção de ganga esfarrapada e a minha t-shirt larga às listas cor-de-rosa e amarelas e estou pronta para arrasar. Arrasas, fofa, mas não como pensas. Se o Oscar de la Renta e o Karl Lagerfeld ou o Elie Saab passassem por ti, caíam-te aos pés! Redondos, com um piripaque fulminante.




Um outro problema da moda é não querer educar. Claro que não lhe convém, também. Pessoas esclarecidas e equilibradas são alvos mais difíceis, mas não é muito mais “fashion”uma pessoa de bons modos e bem falante? É que Senhor me perdoe, mas se ouvirmos a tal criatura do parágrafo acima soltar um belo de um “prontos”, já não choca tanto, mas se a mesma expressão saísse da boca de uma Grace Kelly, oh desilusão! Somos preconceituosos a ponto de julgar pelo que a pessoa veste e se há casos em que de facto o figurino está directamente relacionado com o resto, outros há, ainda piores, em que o aspecto exterior, elegante, sóbrio e discreto, fica completamente desfeito quando a dita personagem abre a boca, se senta, ou come.

Eu cá prefiro uma “zebra” que seja fiel ao seu zurrar do que uma madame num vestido Lanvin maravilhoso, sentada com uma perna para cada lado, a mastigar de boca aberta e a dizer ao filho, num fatinho Gucci, “Ouvistes, Leandro Manuel? Ou comes a ***** da sopa tuoda ou lebas um tento no focinho!”

O nosso gosto pode não ser o melhor, mas as roupas mudam-se, melhoram-se! Já as boas maneiras e a elegância não se compram e, na minha muito modesta opinião, deviam ser as primeiras preocupações de quem faz tanta questão de estar na moda.